Existem alguns princípios que são
fundamentais no estudo da estratigrafia, já que a sua aplicação torna possível
a datação relativa dos estratos de forma mais expedita e imediata.
1- Princípio
da horizontalidade original e continuidade lateral dos estratos. Este princípio
postula que os estratos são depositados de forma horizontal e paralelamente à
superfície de depósito. No entanto é de referir que se conhecem excepções este princípio, em zonas em que as camadas
foram depositadas com algum pendor, embora sempre paralelamente à camada
inferior.
2- Princípio
da sobreposição – Numa sucessão de estratos os
inferiores são os mais antigos e os localizados mais superficialmente
são os mais recentes. Assim, toda a camada sobreposta a outra é mais moderna do
que ela. Este princípio pode ser
aplicado em qualquer sucessão de estratos horizontais ou subhorizontais desde
que não tenha ocorrido inversão através da tectónica após a sua deposição. No entanto
existem excepções a esta regra: terraços de um rio em que o rio encaixa nos
estratos existentes , filões-camada (em que ocorre intrusão de rochas ígneas),
fenómenos de carsificação (em que ocorre preenchimento de cavidades ou grutas)
ou ainda as já mencionadas deformações tectónicas (em que séries ou estratos
são invertidos).
Apesar destas
excepções, este princípio é utilizado amplamente e muito frequentemente,
principalmente em conjunção com critérios de polaridade vertical.
3- Princípio
do uniformitarismo (ou actualismo) – Este princípio é também denominado de
Princípio das causas actuais. Baseia-se na admissão de que o presente é a chave
do passado, ou seja, diz que é possível interpretar fenómenos do passado com
base em fenómenos actuais. Este princípio pressupõe que os processos e
fenómenos que ocorrem na Terra são uniformes ao longo do tempo e semelhantes
aos actuais. No entanto isto não é totalmente correcto… Ao longo da história da
Terra sabe-se que a composição da atmosfera variou, bem como a composição da
água dos oceanos. Também a velocidade de rotação da Terra não foi constante e a
orientação do seu campo magnético inverteu-se periodicamente. Até a influência
de certos fenómenos cóscmicos, como por exemplo a passagem da Terra pelos
braços da galáxia, têm influência na vida.
Contudo, como os estratígrafos têm todos estes factores em consideração
este principio é também de aplicação essencial e corrente, com algumas
correcções.
4- Princípio
da continuidade lateral - Este princípio
admite que uma camada tem a mesma idade em todos os seus pontos, permitindo
correlacionar observações praticadas em locais diferentes. Este princípio
provoca a extensão do princípio da sobreposição dos estratos pois possibilita a
extensão lateral das observações na mesma bacia sedimentar. Este princípio é
válido à escala local ou mesmo regional.
5- Princípio
da identidade paleontológica – Este princípio diz-nos que os estratos com o
mesmo conteúdo fossilífero são da mesma idade. Admite que em cada intervalo de
tempo da escala geológica os organismos que viveram foram diferentes e
irrepetíveis. Desta forma é possível estabelecer correlações entre materiais da
mesma idade e que estejam geograficamente muito afastados, sendo que muitos
organismos estavam distribuídos de forma global pela Terra. No entanto é de
referir que existem constrangimentos relativamente à aplicação deste princípio,
nomeadamente a existência de barreiras, não só geográficas mas também relativas
à temperatura, salinidade, profundidade, climáticas…
6- Princípio
da Intersecção – Toda uma unidade geológica que intersecte uma outra é mais
recente. Intrusões magmáticas, filões, superfícies de erosão, falhas ou dobras
são estruturas são exemplos de estruturas que muitas vezes aparecem em
afloramentos, devendo utilizar-se este princípio para a sua datação relativa,
relacionando-as com as unidades geológicas que intersectam.
7- Princípio
da Inclusão – Se um clasto de uma rocha A está incluído numa rocha B, então é
possível concluir que a rocha B é mais recente do que a rocha A. Este princípio
é aplicável a rochas sedimentares detríticas, nomeadamente a conglomerados e
brechas.
Referências
Bibliográficas
Wikipedia (2013) 2 de junho, 2013, http://en.wikipedia.org/
.
Legoinha, P. (2012). Apontamentos
de Estratigrafia e Paleontologia. Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa.
Vera Torres, J. A.
(1994). Estratigrafía, principios y métodos. Editorial Rueda. Retrieved
from
http://orton.catie.ac.cr/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=CIENL.xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=005473
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