domingo, 9 de junho de 2013

Princípios fundamentais da Estratigrafia


Existem alguns princípios que são fundamentais no estudo da estratigrafia, já que a sua aplicação torna possível a datação relativa dos estratos de forma mais expedita e imediata.

1-      Princípio da horizontalidade original e continuidade lateral dos estratos. Este princípio postula que os estratos são depositados de forma horizontal e paralelamente à superfície de depósito. No entanto é de referir que se conhecem excepções  este princípio, em zonas em que as camadas foram depositadas com algum pendor, embora sempre paralelamente à camada inferior.

2-      Princípio da sobreposição – Numa sucessão de estratos os  inferiores são os mais antigos e os localizados mais superficialmente são os mais recentes. Assim, toda a camada sobreposta a outra é mais moderna do que ela.  Este princípio pode ser aplicado em qualquer sucessão de estratos horizontais ou subhorizontais desde que não tenha ocorrido inversão através da tectónica após a sua deposição. No entanto existem excepções a esta regra: terraços de um rio em que o rio encaixa nos estratos existentes , filões-camada (em que ocorre intrusão de rochas ígneas), fenómenos de carsificação (em que ocorre preenchimento de cavidades ou grutas) ou ainda as já mencionadas deformações tectónicas (em que séries ou estratos são invertidos).
Apesar destas excepções, este princípio é utilizado amplamente e muito frequentemente, principalmente em conjunção com critérios de polaridade vertical.


3-      Princípio do uniformitarismo (ou actualismo) –  Este princípio é também denominado de Princípio das causas actuais. Baseia-se na admissão de que o presente é a chave do passado, ou seja, diz que é possível interpretar fenómenos do passado com base em fenómenos actuais. Este princípio pressupõe que os processos e fenómenos que ocorrem na Terra são uniformes ao longo do tempo e semelhantes aos actuais. No entanto isto não é totalmente correcto… Ao longo da história da Terra sabe-se que a composição da atmosfera variou, bem como a composição da água dos oceanos. Também a velocidade de rotação da Terra não foi constante e a orientação do seu campo magnético inverteu-se periodicamente. Até a influência de certos fenómenos cóscmicos, como por exemplo a passagem da Terra pelos braços da galáxia, têm influência na vida.  Contudo, como os estratígrafos têm todos estes factores em consideração este principio é também de aplicação essencial e corrente, com algumas correcções.

4-      Princípio da continuidade lateral -  Este princípio admite que uma camada tem a mesma idade em todos os seus pontos, permitindo correlacionar observações praticadas em locais diferentes. Este princípio provoca a extensão do princípio da sobreposição dos estratos pois possibilita a extensão lateral das observações na mesma bacia sedimentar. Este princípio é válido à escala local ou mesmo regional.

5-      Princípio da identidade paleontológica – Este princípio diz-nos que os estratos com o mesmo conteúdo fossilífero são da mesma idade. Admite que em cada intervalo de tempo da escala geológica os organismos que viveram foram diferentes e irrepetíveis. Desta forma é possível estabelecer correlações entre materiais da mesma idade e que estejam geograficamente muito afastados, sendo que muitos organismos estavam distribuídos de forma global pela Terra. No entanto é de referir que existem constrangimentos relativamente à aplicação deste princípio, nomeadamente a existência de barreiras, não só geográficas mas também relativas à temperatura, salinidade, profundidade, climáticas…
6-      Princípio da Intersecção – Toda uma unidade geológica que intersecte uma outra é mais recente. Intrusões magmáticas, filões, superfícies de erosão, falhas ou dobras são estruturas são exemplos de estruturas que muitas vezes aparecem em afloramentos, devendo utilizar-se este princípio para a sua datação relativa, relacionando-as com as unidades geológicas que intersectam.


7-      Princípio da Inclusão – Se um clasto de uma rocha A está incluído numa rocha B, então é possível concluir que a rocha B é mais recente do que a rocha A. Este princípio é aplicável a rochas sedimentares detríticas, nomeadamente a conglomerados e brechas.


Referências Bibliográficas
Wikipedia (2013) 2 de junho, 2013, http://en.wikipedia.org/ .
Legoinha, P. (2012). Apontamentos de Estratigrafia e Paleontologia. Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Vera Torres, J. A. (1994). Estratigrafía, principios y métodos. Editorial Rueda. Retrieved from http://orton.catie.ac.cr/cgi-bin/wxis.exe/?IsisScript=CIENL.xis&method=post&formato=2&cantidad=1&expresion=mfn=005473

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